O Melhor Lugar Na Igreja

Cada um de nós teve uma iniciação pelo evangelho muito bonita. O grande testemunho, histórias de esforços e sacrifícios voluntários, como uma chama que ardia constantemente. Ainda na reunião de um determinado dia, ou em qualquer festividade, já se começava a planejar como seria o próximo, do dia, mês ou ano seguinte. A preocupação principal não era ser o líder, tampouco o destaque das apresentações, ou o que faria alguma parte relevante no evento, que assumiria o altar ou o microfone, mas, sim, estar na presença de Deus, agradá-lo, ser revestido do seu poder e amor.
Lamentavelmente com o passar do tempo, os escândalos, as traições, o amor ao dinheiro (grandes laços que pegaram muitos irmãos), a multiplicação da iniqüidade, não somente fora, mas principalmente dentro das igrejas, gerou grande esfriamento no coração de muitos irmãos. Alguns totalmente estáticos pegaram uma prática louca de comparecerem aos cultos apenas para sondar e criticar, reencontrar a alguns e relembrar histórias sobre as que nunca deveriam ter posto um “ponto” tão longo. As lembranças trazem saudades, mas, depois daquele “ponto”, muito lixo foi absorvido. Tanto quanto aquela ilustração em que você olha pela vidraça de sua janela diariamente, vê o lençol do seu vizinho sujo, mas nunca percebe que bastando você limpar sua janela e o verá limpo. A bíblia faz referência a essa alegoria como alguém, um hipócrita, olhando o argueiro no olho do seu irmão sem perceber que há uma trave no seu (Mat. 7. 3-5). Julgamentos, vaidades, egocentrismos (você é o artista principal do seu filme), invejas, avarezas (pra eu fazer isso, quanto ganho?). Tem muito lixo, realmente, para se jogar fora, para que essa terra possa ser novamente adubada e produtiva.
Muitos se mostram tão preocupados em interpretar o papel principal do plano de salvação, de autoria Divina, que se tiver que ceder o seu lugar ao altar, ou o microfone, ou dos instrumentos, ou da regência, os elogios que lhe massageiam o ego... pra quê ir à igreja? Pra ouvir aquele simplório falar tudo o que eu já sei desde criança?
Chega a ser inadmissível que Deus valorize e use a outros tanto quanto a ele. Quem é esse homem, pobre, miserável, cego, nu, que ficou tão sábio para si, que julga até a soberania do Onipotente?
Amados, pode até doer o humilhar-se debaixo das potentes mãos de Deus (1 Pedro 5:6), depois de toda essa pompa de experiências, voltar e se fazer criança (Mateus 18:4), e novamente derramar lágrimas aos pés do Senhor, no seu cantinho, no plenário da congregação, apoiar nos bastidores, sem ser visto, para engrandecer Aquele que realmente é O Principal. Mas esse é o lugar que em verdade devemos estar: simplesmente na presença de Deus.
Deus nos quer assim. Seja abençoado!
Aluizio Silva